It will soon be a quarter of a century since Russia left communism behind. |
Logo irá se completar um quarto de século desde que a Rússia deixou o comunismo para trás. |
Its present ruler has been in power for fifteen years, and by the end of his current term in office will have all but equalled the tenure of Brezhnev. |
Seu atual governante está no poder há quinze anos e, até o final de seu atual mandato, terá quase igualado o período sob a posse de Brejnev. |
From early on, Western opinion of his regime divided sharply. |
Desde muito cedo as opiniões do Ocidente a respeito de seu regime se dividiram profundamente. |
That under Putin—after a period of widespread misery and dislocation, culminating in near state bankruptcy—the country had returned to economic growth and political stability, was evident by the end of his first term; so too the popularity he enjoyed because of these. |
Que, sob o comando de Putin, o país – após um período de miséria generalizada e desarticulação que quase culminou em um estado de falência – tinha voltado ao crescimento econômico e à estabilidade política, foi algo evidente até o final de seu primeiro mandato, bem como a popularidade da qual ele consequentemente gozava. |
But beyond such bare data, there was no consensus. |
Mas, além desses dados crus, não havia consenso. |
For one camp, increasingly vocal as time went on, the pivots of Putin’s system of power were corruption and repression: a neo-authoritarian state fundamentally inimical to the West, with a wrapping of legal proprieties around a ramshackle pyramid of kleptocracy and thuggery. |
Para um lado, crescentemente expressivo conforme o tempo passava, os pivôs do sistema de poder de Putin eram a corrupção e a repressão: um Estado neoautoritário fundamentalmente hostil ao Ocidente, com um revestimento legal em torno de uma pirâmide de cleptocracia e de banditismo em ruínas. |
This view prevailed principally among reporters, though it was not confined to them: a representative sample could be found in Economist editor Edward Lucas’s The New Cold War (2009), Guardian journalist Luke Harding’s Mafia State (2012), Standpoint contributor Ben Judah’s Fragile Empire (2013), but expressed no less pungently by a jurist like Stephen Holmes. |
Esse ponto de vista prevaleceu principalmente entre jornalistas, embora não tenha se limitado a eles: uma amostra representativa podia ser encontrada em The New Cold War (2009), do editor da Economist, Edward Lucas; em Mafia State (2012), do jornalista Luke Harding, do Guardian; ou em Fragile Empire (2013), do colaborador da Standpoint, Ben Judah; mas manifestava-se de modo não menos pungente em juristas como Stephen Holmes. |
For Lucas, Putin, having seized power with a ‘cynical putsch’, and maintained it with the ‘methods of terrorists and gangsters’, had ‘cast a dark shadow over the eastern half of the continent’. |
Para Lucas, Putin, depois de ter tomado o poder com um “golpe cínico” e de tê-lo mantido com “métodos de terroristas e gângsters”, tinha “lançado uma sombra negra sobre a metade oriental do continente”. |
For Harding, under Putin’s tutelage, ‘Russia has become bullying, violent, cruel and—above all—inhuman’. |
Para Harding, sob a tutela de Putin “a Rússia havia se tornado ameaçadora, violenta, cruel e, acima de tudo, desumana”. |
For Judah, Russia was ‘an anguished, broken society’ that is one of ‘history’s great failures’, in the grip of an apocalyptic system in which, since ‘Putin cannot leave power without fear of arrest’, the West ‘should ask itself whether it will offer him exile to avert blood’. |
Para Judah, a Rússia era “uma sociedade angustiada e arruinada”, sendo um dos “grandes fracassos da história”, nas garras de um sistema apocalíptico sobre o qual, já que “Putin não poderia deixar o poder sem temer a prisão”, o Ocidente “deveria se perguntar se caberia lhe oferecer exílio a fim de evitar o derramamento de sangue”. |
For Holmes, ‘behind the mask of an authoritarian restoration’ there was no more than the ‘lawless feeding frenzy’ of ‘an internally warring, socially detached and rapacious oligarchy’, whose ‘various groups fight to grab their portion of massive cash flows’. |
Para Holmes, “por trás da máscara de um restabelecimento de autoridade”, havia nada mais do que o “frenesi alimentar sem leis” de “uma oligarquia internamente beligerante, socialmente isolada, e voraz”, cujos “vários grupos lutam para agarrar sua parte dos fluxos massivos de dinheiro”. |
The opposite camp had greater weight in the academy, where works by the two leading authorities on the politics of post-communist Russia delivered—without failing to note its darker sides—substantially favourable verdicts on Putin’s record in office. |
O lado oposto tinha maior peso na academia, onde trabalhos das duas principais autoridades sobre a política da Rússia pós-comunista demonstravam – sem deixar de observar seus lados sombrios – vereditos substancialmente favoráveis ao desempenho de Putin no cargo. |
Daniel Treisman’s study of the country in the first two decades since the fall of the Soviet Union, The Return (2011), expanded on his earlier claim that Russia had become a normal middle-income country, with all the typical shortcomings of these—crony capitalism, corruption, income inequality, media bias, electoral manipulation—but one that was incomparably freer than the petro-states of the Gulf with which it was often compared; less violent than such a respectable member of the oecd as Mexico; less statist in its control of energy than Brazil. |
O estudo de Daniel Treisman sobre o país nas duas primeiras décadas depois da queda da União Soviética, The Return (2011), deu prosseguimento a sua afirmação anterior de que a Rússia havia se tornado um país normal de renda média, com todas as suas deficiências típicas – capitalismo clientelista, corrupção, desigualdade de renda, parcialidade da imprensa, manipulação eleitoral –, mas sendo incomparavelmente mais livre do que os petro-Estados do Golfo com os quais era frequentemente comparada; menos violenta do que um membro tão respeitável da OCDE como o México; menos estadista em seu controle de energia do que o Brasil. |
Most Russians felt their freedom had increased since 1997, and their happiness too. |
A maior parte dos russos sentiu que sua liberdade tinha aumentado a partir de 1997, assim como sua felicidade. |
‘Does it really serve the West’s long-run interests’, he asked, ‘to assume some unproven imperial agenda, to exaggerate the authoritarian features of the current regime, to demonize those in the Kremlin and romanticize its liberal opponents? |
“Será que realmente serve aos interesses de longo prazo do Ocidente”, questionou ele, “assumir a existência de uma agenda imperial não comprovada, exagerar as características autoritárias do atual regime, demonizar os ocupantes do Kremlin e romantizar os seus opositores liberais?” |